Saiba em que medida a União Europeia beneficia com a globalização e de que forma esta resolve os eventuais efeitos negativos no emprego.
A globalização cria oportunidades de emprego, mas pode também resultar na perda de postos de trabalho. Gerir a globalização para tirar o máximo partido é uma prioridade para a União Europeia (UE), tal como construir uma Europa social que ajude os trabalhadores despedidos a encontrar novos empregos.
A globalização cria oportunidades de emprego na Europa
O número de postos de trabalho apoiados direta ou indiretamente pelas exportações da UE para fora da União está em constante crescimento. Aumentou de 21,7 milhões de postos de trabalho em 2000 para 36 milhões em 2017. Cada mil milhões de euros de exportações da UE apoiam, em média, cerca de 13 000 postos de trabalho.
As oportunidades de emprego não se limitam às empresas exportadoras, mas estendem-se às empresas que lhes fornecem bens e serviços.
As exportações de Portugal para países fora da UE apoiam 578 mil postos de trabalho em Portugal. Outros 89 mil portugueses têm empregos ligados às exportações de outros países da UE para países fora da UE. Isto significa que 14% dos postos de trabalho em Portugal dependem das exportações da UE. As exportações de Portugal para países fora da UE também apoiam cerca de 63 mil postos de trabalho no resto da UE.
A percentagem de trabalhadores altamente qualificados em empregos relacionados com a exportação está a aumentar e os empregos relacionados com a exportação são, em média, 12% mais bem pagos do que outros empregos.
O impacto negativo da globalização no emprego
A globalização traz consigo uma maior concorrência entre as empresas, o que pode resultar em encerramentos e perdas de postos de trabalho.
Os sectores mais vulneráveis da UE caracterizam-se por uma predominância de empregos pouco qualificados: têxteis, vestuário, calçado e couro, metais de base e produtos metálicos transformados e indústrias transformadoras.
A indústria transformadora está mais exposta à externalização devido à concorrência dos países com baixos salários.
A pandemia da COVID-19 demonstrou a necessidade de trazer a produção de setores e produtos críticos, como é o caso dos medicamentos, de volta para a Europa.
As tendências da externalização estão a mudar e agora acontece mais nos países da Europa de Leste do que nos Estados-Membros ocidentais. Os países de destino situam-se no Norte de África e na Ásia.
Embora os resultados globais da liberalização do comércio internacional sejam positivos, alguns setores são duramente atingidos e a duração do período de ajustamento de que os trabalhadores necessitam para se deslocarem para outros setores pode comprometer os benefícios iniciais.
FONTE:
https://www.europarl.europa.eu/news/pt/headlines/economy/20190712STO56968/impacto-da-globalizacao-no-emprego-e-na-ue